Qual o lugar da sua Família nas suas Escolhas?

Aline Oliveira

12/7/20212 min read

Você já pensou que o apoio familiar ou a falta dele interfere na forma como o adulto vive sua relação com a segurança e a independência?

Os seres humanos são seres que nascem com um sistema nervoso muito imaturo, ainda em formação, o processo maturacional se conclui em torno dos 21 anos de idade.

Devido a sua fragilidade fisiológica, os seres se utilizam da IMITAÇÃO como sua principal ferramenta para sobreviver. Aprendemos a andar, falar, por meio dos exemplos das pessoas mais próximas a nós.

Junto com o amadurecimento biológico vão se formando as crenças que são compartilhadas pelos membros da família, de forma transgeracionalmente.

As crianças se reconhecem a partir do olhar do outro, são os cuidadores da criança que vão nomeando seu próprio corpo, o que elas estão sentindo e querendo.

Podemos lembrar como fazemos com os bebês: “esta é a mãozinha do bebê”, “este é o bracinho do neném”, … Quando a criança tem uma dor, os cuidadores primários perguntam onde está doendo e assim vão nomeando as partes do corpo, as possíveis causas, assim as crianças vão se construindo a partir do olhar dos adultos a sua volta.

Com as emoções não são diferentes, só que as emoções, na nossa sociedade, não temos o hábito de ensinar, já que não aprendemos. As emoções são viscerais, geram ações.

Vivemos numa sociedade que preza a obediência, o silêncio. Detestamos os ruídos gerados pelo corpo humano, não podemos bocejar alto, soltar gases, chorar, não podemos fazer nada que chame a atenção dos outros, para não chamar a atenção em nossa direção.

Vivemos numa sociedade que valoriza a passividade, mas as crianças são barulhentas.

Quando elas se machucam gritam, choram, querem atenção, querem cuidado.

Mas como lidar com isso?

Alguns adultos ficam “petrificados” quando a criança começa a “berrar” em público e dão qualquer coisa que esta peça como chupeta, doce, brinquedo. Assim estamos ensinando a criança a vender seu silêncio.

As crianças aprendem a conhecer os adultos muito bem, identificam as expressões faciais e os tons de voz com o objetivo de alcançar o que necessitam para sobreviver. Assim, começam as manipulações de acordo com seus desejos.

A manipulação é uma das primeiras formas de comunicação que o bebê aprende.

Um comportamento muito comum nos adultos é não validar o que as crianças sentem.

Essa vocês vão lembrar!

Quando o tempo esfria, os cuidadores se preocupam com as crianças e colocam casaco nelas, porém não se agasalham, assim continuam com frio e colocam mais agasalho na criança, esta avisa que não está com frio mas ninguém dá ouvidos.

O que estamos ensinando a esse futuro adulto é a desacreditar na sua percepção, dizendo que quem sabe sobre ela é você e não ela mesma.

A mensagem passada é: “eu sei mais sobre você do que você mesmo”.

Desta forma os cuidadores primários acabam fortalecendo que a opinião dos outros é a verdadeira e que a criança não sabe identificar o que percebe. Nesse momento, ela aprende a valorizar mais a opinião dos outros do que a dela.

Quando esta criança cresce terá bastante dificuldade em acreditar nela, no que vê, no que sente. E passa a acreditar que não sabe fazer as melhores escolhas para ela, ficará mais vulnerável as propagandas e influencias de amigos/grupos.

E aí, você tem alguma lembrança de situações parecidas?