O QUE É EMDR?
O EMDR é uma nova forma de psicoterapia desenvolvida nos Estados Unidos no final dos anos 80 pela psicóloga Francine Shapiro. É fundamentada nas novas descobertas da neurociência. Ele permite o reprocessamento de lembranças difíceis e dolorosas através da integração do conteúdo neuronal em diferentes hemisférios cerebrais.
Com a Terapia EMDR é possível Dessensibilizar a intensidade da emoção sentida durante a recordação de um evento traumático e Reprocessar as memórias dos eventos traumáticos que não passaram pelo processo requerido em tempo real.
ESSA TERAPIA É RECONHECIDA?
A Terapia EMDR foi aprovada pelo NREPP – National Registry of Evidence-Based Programs and Pratices que faz parte do Substance Abuse & Menthal Health Services Administration do U.S. Departamento f Health and Human Services, que é a mais alta qualificação possível para o reconhecimento da validação científica de uma abordagem psicoterapêutica. Além de aprovada pelos departamentos de saúde mental de Israel, Irlanda do Norte, Inglaterra, França e Suécia.
Atualmente a Terapia EMDR é indicada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o tratamento de Traumas.
EM QUE TIPOS DE SITUAÇÕES A TERAPIA EMDR É ÚTIL?
Originalmente o método foi desenvolvido para tratar eventos pós traumáticos de veteranos de guerras americanas que lidavam com memórias traumáticas após a Guerra do Vietnam, mas com o tempo ampliaram-se as possibilidades de intervenção para:
Quadros resultantes de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, depressão;
Eventos traumáticos como abuso sexual, espancamento, acidentes automobilísticos, assaltos, sequestros, morte de um ente querido;
Crises da vida, tais como: traição, divórcio, desemprego, trauma de aborto, enchente…
Mudança de padrões comportamentais repetitivos, tais como: dificuldade de estabelecer relacionamentos íntimos, tomadas de decisões equivocadas e recorrentes ataques de raiva…
Ansiedade e fobias, tais como: medo de falar em público, ansiedade de desempenho, medo de dirigir, medo de animais, de voar de avião, de dentista, de elevador, de agulhas, exames, médicos…
Também temos obtido resultados promissores com TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e doenças psicossomáticas.
PARA QUE IDADES A TERAPIA EMDR SERIA APROPRIADA?
A Terapia EMDR pode ser usada em pessoas de qualquer idade. Se constatou que o tratamento com crianças funciona ainda mais rápido do que nos adultos. Em idade precoce, o tratamento é realizado na presença dos pais. E, ninguém é velho demais para a Terapia EMDR, desde que o indivíduo tenha habilidade para lidar com suas dificuldades.
EM QUE A TERAPIA EMDR DIFERE DOS OUTROS MÉTODOS PSICOLÓGICOS?
Primeiramente, comparado a outros métodos tradicionais, normalmente apresenta maior eficácia, pois alcançamos melhores resultados ou resultados equivalentes em menos tempo.
Em segundo lugar, o modo de definir o problema, a possibilidade de tratá-lo e o foco da terapia são diferentes de todas as outras formas de psicoterapia. Na Terapia EMDR localizamos as memórias traumáticas que são responsáveis por nosso estresse atual e depois começamos a reprocessá-las com o uso da estimulação bilateralizada visual, auditiva ou tátil. Uma vez que o evento tenha sido reprocessado, novos eventos presentes não servirão como disparadores para os mesmos sentimentos que foram vividos no passado. De acordo com as suposições básicas da Terapia, quando o reprocessamento houver terminado, os sintomas das crenças negativas ou de emoções negativas internas que levam a sentimentos negativos desaparecerão.
Na Terapia EMDR, não oferecemos ferramentas para lidar com o problema, mas, em vez disso, removemos o problema. Quando o problema é removido, os sintomas deixam de existir.
O QUE É O BRAINSPOTTING?
O Brainspotting é um método de tratamento focalizado, forte e poderoso que funciona ao identificar, processar e liberar as fontes neuropsicológicas de dor física/emocional, trauma, dissociação e uma variedade de outros sintomas desafiadores. Pode também ser entendido como uma forma simultânea de diagnóstico e tratamento. Apesar de os efeitos terapêuticos serem intensificados com o som bilateralizado, o Brainspotting oferece ao paciente um senso de contenção e controle.
O Brainspotting funciona como uma ferramenta neurobiológica de apoio na relação terapêutica. Não existe substituto para a presença terapêutica, acolhedora e madura, com capacidade de incentivar o paciente em sofrimento a investir numa relação segura de confiança na qual se sinta ouvido, aceito e entendido. O Brainspotting oferece uma ferramenta auxiliar dentro da relação clínica para que se possam localizar, enfocar, processar e liberar experiências e sintomas que normalmente estão fora do alcance da mente consciente do paciente, de sua capacidade cognitiva e, até mesmo, sua capacidade linguística.
Este método atua em áreas profundas e primitivas do cérebro, permitindo acesso direto aos sistemas autonômico e límbico do sistema nervoso central. Essa focalização ativa no paciente reações adaptativas de equilíbrio e sobrevivência em relação aos temas trabalhados. Trata-se de um instrumento/tratamento com consequências positivas e ecológicas nos níveis psicológico, emocional e físico.
O QUE OCORRE DURANTE UMA SESSÃO DE BRAINSPOTTING?
O terapeuta solicita ao paciente que entre em contato com temas específicos a serem elaborados durante a sessão. Uma vez feita a escolha do que será focalizado, o cliente avalia o nível de ativação da dificuldade, ou seja, o quanto a recordação do conteúdo perturbador desperta sensações emocionais e físicas de desconforto.
A observação da ponta de uma antena propicia uma pesquisa sobre ângulos visuais que intensificam ou atenuam a mobilização. O processo prossegue até que terapeuta e cliente encontrem o ponto cerebral correspondente à ativação daquela lembrança.
Isso pode ser alcançado por meio de movimentos oculares reflexos e/ou sensações internas do paciente. Várias técnicas foram desenvolvidas para otimizar os resultados dessa intervenção. O terapeuta pode encontrar o ângulo que desperta mais mobilização, chamado de “ponto de ativação”, ou aquele que traz ao cliente uma sensação de alívio, chamado de “ponto de recurso”. Essa procura pode decorrer de reações reflexas ou por meio de relatos feitos pelo cliente.
Uma vez identificados esses dois ângulos específicos, terapeuta e cliente estabelecem um acordo quanto ao melhor caminho a seguir. Normalmente, inicia-se o trabalho com um ponto de mais recurso e, gradativamente, exploram-se áreas mais mobilizadoras que o conteúdo perturbador pode afetar no cliente. Esse ritmo e o emprego de técnicas específicas dependem do nível de organização emocional do cliente. Quanto mais fragilizado, mais tempo é dedicado ao ponto de recurso e ao processamento do conteúdo perturbador de uma maneira mais contida, com um enquadramento mais restrito, com mais apoio.
A partir desse início, há vários trajetos possíveis, mas, tipicamente, o cliente deve fixar a atenção nesse determinado ângulo visual e observar com curiosidade e, ao mesmo tempo, com o suporte do terapeuta, o conteúdo emocional, cognitivo ou físico que emerge da consciência. À semelhança do que ocorre durante momento de meditação, a pessoa deve apenas observar o que ocorre, sem julgar se o que acontece deveria ser desta ou daquela maneira. Essa estratégia deflagra o reprocessamento profundo do material emocional emergente. A focalização mobiliza mais sensações corporais e integra material emocional de partes primitivas do cérebro.
Por meio de avaliação subjetiva proporcionada pelo próprio cliente, constata-se se a ativação se intensifica ou enfraquece. Pode-se alternar entre pontos de mais recurso ou de mais ativação, conforme o processamento do conteúdo avança. Segue-se com esse procedimento até que o ponto (brainspot) seja completamente reprocessado e a ativação permaneça em um nível zero.
Quando isso acontece, a pessoa passa a ter numa nova perspectiva sobre o tema trabalhado, que é percebido em seu corpo e experienciado em novas atitudes resultando num novo modo de viver. Isso é Plena Vita.
What is Brainspotting?
In this Interview with Dr David Grand he introduces and discusses his Brainspotting therapeutic technique